Raul
Brandão (1867-1930), nascido na Foz do Douro, Porto e falecido em Lisboa, é um dos gigantes da nossa Literatura - embora não seja um autor muito conhecido do grande
público.
Militar
de carreira, reformou-se cedo e dedicou-se ao jornalismo e à escrita. Foi essa experiência
do jornalismo que, levando-o a conhecer a mazelas da sociedade do seu tempo (prisões,
hospitais, orfanatos, asilos) marcaria profundamente a sua obra, onde perpassa
uma enorme compaixão pelo sofrimento humano. Um Dostoievski português, como já alguém
o chamou.
O
seu livro mais famoso é “Os Pescadores” (1923), baseado num conjunto de reportagens
que fez nas comunidades piscatórias, desde o Norte até ao Algarve. Porem, a sua
obra prima é “Húmus” (1917), um estranho texto em monólogo interior, de uma enorme
densidade e riqueza , que o fez percursor de muito do que veio a seguir na Literatura
portuguesa (Neo-realismo, Existencialismo de Vergílio Ferreira, Agustina, Saramago..).
Saiu
há pouco tempo esta compilação dos seus dispersos na Imprensa periódica, com o sugestivo
título “A Pedra ainda espera dar flor”. Uma boa iniciação ao estudo da sua
obra, para quem ainda não o conhecer. Para os outros, será uma forma de
aprofundarem a obra do grande escritor portuense.
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