segunda-feira, 25 de março de 2013

Raúl Brandão (1867-1930): "A pedra ainda espera dar flor"


Raul Brandão (1867-1930), nascido na Foz do Douro, Porto e falecido em Lisboa,  é um dos gigantes da nossa Literatura  - embora não seja um autor muito conhecido do grande público.
Militar de carreira, reformou-se cedo e dedicou-se ao jornalismo e à escrita. Foi essa experiência do jornalismo que, levando-o a conhecer a mazelas da sociedade do seu tempo (prisões, hospitais, orfanatos, asilos) marcaria profundamente a sua obra, onde perpassa uma enorme compaixão pelo sofrimento humano. Um Dostoievski português, como já alguém o chamou.

O seu livro mais famoso é “Os Pescadores” (1923), baseado num conjunto de reportagens que fez nas comunidades piscatórias, desde o Norte até ao Algarve. Porem, a sua obra prima é “Húmus” (1917), um estranho texto em monólogo interior, de uma enorme densidade e riqueza , que o fez percursor de muito do que veio a seguir na Literatura portuguesa (Neo-realismo, Existencialismo de Vergílio Ferreira, Agustina, Saramago..).
Saiu há pouco tempo esta compilação dos seus dispersos na Imprensa periódica, com o sugestivo título “A Pedra ainda espera dar flor”. Uma boa iniciação ao estudo da sua obra, para quem ainda não o conhecer. Para os outros, será uma forma de aprofundarem a obra do grande escritor portuense.

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