Papa
Francisco I. Uma surpresa, o colégio cardinalício ter escolhido para sucessor
de Bento XVI este cardeal jesuíta, arcebispo de Buenos Aires, sacerdote com
grande experiência pastoral, junto de populações pobres da sua diocese, clérigo
humilde e "social", mas rigoroso em termos doutrinais. Ao aparecer ao
balcão da Basílica de S. Pedro, não pude de deixar de recordar dois Papas
anteriores: João Paulo I, pela simplicidade e pelo sorriso, e Paulo VI, pela
atitude meditativa, algo tímida.
Espera-o
contudo uma tarefa imensa e intimidante:
- Completar a "limpeza" iniciada pelo antecessor, nomeadamente na erradicação do problema da pedofilia/pederastia entre o clero;
- Reformar a Cúria romana e o Banco do Vaticano (IOR, Instituto das Obras Religiosas), dotando-o de critérios de transparência;
- Retomar o projecto de Evangelização, não só da Europa (onde, como se sabe, todas as religiões estão em crise, com o alastrar da indiferença e do ateísmo), como também da América latina (onde as igrejas protestantes "pentecostais" têm crescido imenso nos últimos anos) , da África (único continente onde o Catolicismo cresce), e da Ásia;
- Prosseguir o diálogo inter-religioso, e com o mundo laico.
Penso
que o novo Papa, enérgico apesar dos seus já 76 anos, terá os primeiros anos do
seu pontificado sobretudo uma tarefa de devolver a credibilidade à Igreja, depois
dos escândalos que a mancharam nos últimos anos (pedofilia, caso “Vatileaks”,
etc.). Será um “purificador do templo”, tal como Jesus Cristo o foi. Um “Papa
vassoura”, como alguém já disse, numa linguagem prosaica.
Espero
sinceramente que consiga levar a bom porto o trabalho. Mesmo que não deixe grandes
escritos para a posteridade (como Bento XVI) ou faça grandes viagens missionárias
à volta do Mundo (como João Paulo II).
Deus
te abençoe, Papa Francisco ! !
Sem comentários:
Enviar um comentário